Em 2006, a Fifa oficializou um prêmio interessante para quem gosta de acompanhar as revelações do futebol: o troféu de melhor jovem da Copa do Mundo. Lukas Podolski foi o vencedor há quatro anos atrás com justiça, apesar de sua carreira não ter evoluído desde então.
O critério do prêmio é básico: o Grupo de Estudos Técnicos da entidade máxima do futebol vai analisar habilidade, estilo de jogo, maturidade tática e eficiência dos jogadores que tiverem no máximo 21 anos. Ou seja, aqueles nascidos a partir de 1989 e também os que completam aniversário após a competição.
Dessa forma, já possível apontar quem serão os principais candidatos dessa briga:
1º) Sergio Busquets (Espanha)
O volante do Barcelona completa 22 anos cinco dias depois que a Copa termina. Por pouco ele não fica fora da disputa. Mas, como está dentro, torna-se o favorito para o prêmio.
Ele fez uma temporada segura pelo seu clube e, com a não convocação de Marcos Senna, pode brigar por uma vaga no meio-campo. Não é fácil, já que concorre com Xabi Alonso e Fábregas, além de Javier Martínez. Mas ,caso consiga entrar no time, deve acrescentar muito a uma equipe fadada ao sucesso na África do Sul.
2º) Mesut Özil (Alemanha)
A princípio, o meia do Werder Bremen não precisa brigar por posição com ninguém. É uma das principais opções de criatividade na seleção alemã e tem tudo para dar conta do recado.
Ele impressionou desde que foi campeão europeu Sub-21 em 2009, sempre com habilidade e bons passes na sua perigosa perna esquerda. Agora, junto com seus companheiros, terá o desafio de superar os desfalques da Nationalelf e manter a tradição alemã em Copas. Difícil, mas ele tem talento para conseguir.
3º) Alexis Sánchez (Chile)
Não fosse por um provável encontro duríssimo nas oitavas de final e o Chile seria uma ótima aposta entre as seleções que devem surpreender na Copa. E um dos motivos para isso é exatamente Alexis Sánchez, jogador de 21 anos da Udinese.
Ele é um dos três atacantes que “El Loco” Bielsa utiliza em seu ofensivo 3-4-3. Com velocidade e uma habilidade fora do comum, ele só precisa provar que pode ser mais maduro e objetivo para levar sua seleção mais longe que as oitavas da Copa. É muito difícil, mas é melhor não duvidar.
4º) Altidore (Estados Unidos)
Com muita força física e personalidade, ele não parece ter a idade que tem. Com apenas 20 anos, Altidore já é um dos principais jogadores da seleção norte-americana, que, aliás, é outra equipe que tem grandes chances de surpreender na Copa.
Ele se destacou em seu país desde os 16 anos de idade e logo foi comprado pelo Villareal, da Espanha. Lá, pouco jogou, pois foi emprestado, mas já mostrou suas qualidades em times menores, como Xeréz e Hull. E na seleção nunca ficou devendo: foi um dos principais nomes da campanha brilhante da Copa dos confederações de 2009.
5º) Nicolás Lodeiro (Uruguai)
O Uruguai tem uma defesa razoável e um ataque poderoso. Mas o meio de campo é quase sofrível. “Quase” porque uma revelação recente pode trazer um diferencial ao setor e fazer com essa seleção contrarie meus prognósticos (e de muita gente) de ser eliminada ainda na 1ª fase. O jovem Lodeiro, de apenas 21 anos, é quem tem essa missão.
Seu principal momento na carreira aconteceu durante a Copa Libertadores 2009, que ele disputou pelo Nacional (URU). O time surpreendeu, eliminou o Palmeiras e só caiu nas semifinais. Depois, ainda vieram bons jogos pelo Mundial Sub-20.
Foi o suficiente para o Ajax contratar, em 2010, a revelação uruguaia que comandou aquelas boas campanhas. Agora é esperar para ver se ele consegue manter essa evolução…
6º) Carlos Vela (México)
O atacante do Arsenal atualmente tem 21 anos, mas seu nome já é comentado desde que ele tinha 16, quando ele foi artilheiro do Mundial Sub-17 de 2005. Desde então, ele demorou para mostrar um futebol que realmente impressione, mas o Arsenal e a seleção mexicana seguem acreditando que seus momentos de brilho podem se tornar mais freqüentes.
Eu não aposto tanto, mas é melhor não duvidar também. Nos amistosos pré-Copa, por exemplo, ele já exibiu sua grande capacidade de finalização. Ele também é rápido e possui alguma habilidade para dribles curtos. É uma promessa que ainda tem muito a provar, mas pode começar a virar realidade no Mundial da África do Sul.
7º) Dominic Adiyiah (Gana)
Após algum destaque em clubes inexpressivos como Heart of Lions-GAN e Fredrikstad-NOR, o grande momento de Adiyiah foi no último Mundial Sub-20: ele fez oito gols, levou a artilharia e o prêmio de melhor jogador, além do título, conquistado na final contra a Seleção Brasileira.
Logo depois, ele foi contratado pelo Milan e, apesar de ser pouco aproveitado no time italiano, chega como uma das promessas da seleção ganesa, recheada de bons jovens valores. Adiyiah ainda não é titular de Gana, mas, mesmo saindo do banco de reservas, pode ajudar a equipe africana a honrar seu continente na Copa.
8º) Toni Kroos (Alemanha)
Aqui é outro caso de jogador que se destacou cedo demais, teve dificuldades para brilhar entre os profissionais, mas agora começa a virar realidade. Kroos foi considerado o melhor jogador do Mundial Sub-17 de 2007, mas só na última temporada provou que pode ser um grande meia do futuro.
Com 20 anos, ele pertence ao Bayern de Munique, mas só conseguiu destaque de verdade pelo Bayer Leverkusen, ao participar da campanha em que o time liderou boa parte do Campeonato Alemão. Agora Kroos tem duas missões para que seu futuro corresponda às expectativas criadas há 3 anos: tentar virar titular e ajudar a sua seleção, além de voltar ao time que o revelou para provar que já não é mais só uma promessa.
9º) Kwadwo Asamoah (Gana)
O volante da Udinese é freqüentemente comparado com Essien, principal jogador de Gana, mas que não vai ao Mundial por causa de uma lesão. Com isso, Asamoah pode ganhar a concorrência no meio-campo e se destacar.
Talento para isso ele tem e já demonstrou tanto no Campeonato Italiano quanto no vice-campeonato da Copa Africana de Nações. Sabe marcar forte e ajuda bastante na saída de bola. Com ele e outros jovens talentos ganeses, a seleção africana pode ir longe na Copa do Mundo.
10º) Javier Pastore (Argentina)
É uma revelação recente que quase não foi para a Copa do Mundo, mas se tornou uma das apostas de Maradona para o Mundial. O problema é que, com quase 21 anos (fará aniversário durante a Copa), não vai ser fácil para ele conseguir oportunidades no setor ofensivo da Argentina, tão recheado de talentos.
Caso “El Diéz” resolva dar chances para Pastore, este poderá mostrar as mesmas qualidades que exibiu no Huracán, em 2009, e no Palermo, em 2010: habilidade, bons passes e ótima visão de jogo. Sem dúvidas, é uma boa aposta para o futuro argentino. Resta saber se vai ser útil também para o presente da seleção dos “hermanos”.
11º) Giovanni dos Santos (México)
Atualmente é difícil apostar no jovem mexicano, apesar dele ter apenas 21 anos. Isso porque Giovanni dos Santos despontou cedo para o futebol e não correspondeu. Após ótimos jogos nas categorias de base pela seleção mexicana, ele só decepcionou em suas passagens por Barcelona e Tottenham.
Após ser emprestado para Ipswich Town (!!!) e Galatasaray, o mexicano parece que reencontrou o futebol que lhe deu tanto destaque no passado. Com a camisa da sua seleção, ele tem moral e até faz bons jogos com mais regularidade. Então, olho nele na Copa do Mundo!
Além desses onze, outros jogadores que ainda podem surpreender e entrar na disputa são: Sotiris Ninis (Grécia), Badstuber (Alemanha), Kjaer (Dinamarca), André Ayew (Gana), Weiss (Eslováquia), Marko Marin (Alemanha), Obradovic (Sérvia) e Thomas Oar (Austrália).
Já deu para perceber que revelações não faltarão na Copa do Mundo. Agora o problema é do Grupo de Estudos Técnicos da Fifa, que vai escolher o melhor jovem da Copa entre todos eles.
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