Era abril de 2008. A edição nº 1317 da revista “Placar” trazia um texto de André Rizek sobre o personagem do mês, Ronaldinho Gaúcho. Mas na verdade ele era destaque por não ser destaque. Explico…
Naquele mês, a Seleção Brasileira tinha sido convocada para um amisto contra a Suécia e Ronaldinho não estava na lista. Dunga apresentou uma desculpa para não convocá-lo, todos aceitaram, poucos discutiram. Ali o Gaúcho começava a cair no esquecimento para a Seleção. Ele ainda teve chance na Olimpíada, uma ou outra convocação nos tempos de Milan, mas logo ficou esquecido. “Desencanamos dele”, como dizia o título do texto na “Placar”.
Agora parece acontecer algo parecido com Kaká. Os motivos são diferentes, a história é outra e os jogadores são bem diferentes. Mas fato é que começaram a desencanar do Kaká. Mano ainda não o convocou. Deixou ele de fora da lista para o jogo contra a Alemanha e as razões para isso passaram em branco. Por que? Está certo isso? Temos que desencanar também do Kaká?
Antes da Copa América, Mano ainda chegou a ser questionado pela não convocação de Kaká. O argumento do técnico era que o próprio jogador ainda não se sentia bem para voltar. Nesta segunda, perguntado de novo sobre o assunto, ele falou, falou e não esclareceu nada, como sempre.
Até quando essa situação ficará assim? Mano já tem deixado de fora da Seleção muitos bons jogadores, como Hernanes, Arouca, Marcelo, Nilmar, Hulk, etc… Desperdiçar também a chance de convocar Kaká é um erro ainda maior. Ele pode ser importante dentro de campo, para dividir funções com Ganso e dar mais velocidade ao time, e também fora de campo, com sua experiência de três Copas do Mundo.
Não há sequer o argumento da condição física de Kaká. Ele “voltou a jogar bem, técnica e fisicamente, no primeiro amistoso de pré-temporada do Real Madrid”, segundo Arnaldo Ribeiro, que concorda comigo sobre essa necessidade da Seleção contar com o meia. Portanto, não há motivo para Kaká ter o mesmo destino de Ronaldinho Gaúcho. Não há razão para desencanar dele.